Crítica: ‘A Múmia’ (The Mummy)

“A Múmia” é o primeiro filme da produtora Dark Universe, da Universal Pictures. Para o filme de 2017, o diretor Alex Kurtzman deu um ar mais dark e sombrio para o longa-metragem, extremamente diferente do que o telespectador assistiu em “A Múmia: Tumba do Imperador Dragão”, de 2008, ou “O Retorno da Múmia”, de 2001. No novo longa-metragem uma antiga princesa, Ahmanet, interpretada por Sofia Boutella, é despertada de sua cripta abaixo do deserto, trazendo toda sua raiva e maldade que foram crescendo ao longo de milênios, e os terrores que desafiam a compreensão humana.

Logo no primeiro ato já é possível identificar erro no roteiro, porque usam muita exposição para o diálogo, ou muitas pessoas contando ao público fatos que aconteceram no passado, ou seja, explicando o filme inteiro. Então, no segundo ato, já temos a prévia do que vai acontecer, sem informações novas. Além disso, o personagem Dr. Henry Jekyll, interpretado pelo ator Russell Crowe, também explica diversos fatos da história, só para garantir que o público tenha entendido tudo. Crowe interpreta um médico atormentado que sofre de dupla personalidade e se torna o maléfico Mr. Eddie Hyde.

O segundo ato de “A Múmia” é interessante apenas por determinadas cenas de ação com Tom Cruise, no papel de Nick Morton. O ator, inclusive, dispensou dublês e mostrou que ainda consegue correr de explosões, nadar com zumbis, lutar contra deuses enfurecidos e dialogar sem perder o fôlego e o ritmo da cena. Destaque para a cena do avião caindo. No entanto, outras cenas de ação são um fiasco pela péssima direção e porque não há explicação sobre aquilo, não há um desenrolar. Outra questão a desejar é, novamente, o roteiro. Muitos personagens morrem sem qualquer explicação e fica por isso mesmo.

A personagem Jenny Halsey, interpretada por Annabelle Wallis, tem uma das piores atuações. A intérprete é uma pesquisadora que “recruta” o personagem de Cruise para a ação, mas não tem um rumo no enredo e dá a entender que foi inserida no contexto apenas para explicar a história para ele. Wallis interpretou Mia no suspense “Annabelle”, de 2014, porém em “A Múmia”, a atriz não consegue mostrar expressão facial de medo sobre as coisas. Além disso, a direção tenta introduzir um romance falido entre Jenny e Nick. Apesar de nomes de peso no casting do longa-metragem, Jake Johnson tem destaque no papel do sargento Chris Vail e traz uma ótima dose de comédia para a produção.

No terceiro ato, a maldição do filme desanda de vez e a história torna-se megalomaníaca. A conclusão de que há ganchos para outros filmes é óbvia, mas “A Múmia” funciona como um passatempo tolerável. O filme estreia 8 de junho nos cinemas do Brasil.

Sinopse

Nas profundezas do deserto, uma antiga rainha cujo destino foi injustamente tirado está mumificada. Apesar de estar sepultada em sua cripta, ela desperta nos dias atuais. Com uma maldade acumulada ao longo dos anos, ela espelha terror desde as areais do Oriente Médio até os becos de Londres.

A Múmia

3D / Imax / Dolby Atmos
Título original: The Mummy
Distribuição: Universal
Data de estreia: qui, 08/06/17
País: Estados Unidos
Gênero: ação
Ano de produção: 2016
Duração: 107 minutos
Classificação: 12 anos

Ficha técnica

Direção: Alex Kurtzman
Elenco: Sofia Boutella, Tom Cruise, Russell Crowe

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