Crítica: ‘The Last – Naruto O Filme’

Dois anos depois da Quarta Grande Guerra Ninja, a Lua, criação de Hagoromo Outsutsuki, passa a se aproximar muito da Terra, oferecendo ameaça de destruição ao planeta azul. Tudo é arquitetado por Toneri Outsutsuki (voz de Diego Lima), que, para finalizar seu plano, resolve sequestrar Hinata Hyuga (Flávia Narciso). Porém, leva sua irmã mais nova em seu lugar, Hanabi. Uma força-tarefa, o time 7, formada por Naruto (voz de Úrsula Bezerra), Sakura (Tatiane Keplmair), Sai (Marcus Pejon), Shikamaru (Vagner Fagundes) e Hinata, é designada para resgatar a menina e participar da batalha final.

O mercado mundial de animes – como são chamados os desenhos animados japoneses – cresce cada vez mais, ajudando na distribuição de produtos e filmes para diversos países, onde há público para ser espectador.

O Brasil é um destes casos, onde receberá o filme “The Last – Naruto O Filme” a partir de 28 de maio, para alegria dos fãs do gênero. Feito para comemorar o 15º aniversário da série animada e fechá-la com chave de ouro (além de dar início a uma nova era deste universo), a obra é a primeira a fazer referência direta ao mangá e foi lançada no Japão no dia 6 de dezembro de 2014. Logo após os dois capítulos finais da publicação em quadrinhos serem colocados à venda. Para amarrar bem tudo aquilo apresentado anteriormente.

Até os que não assistiram a um dos centenas de episódios do anime, poderão entender de forma geral a trama. O roteiro, de responsabilidade de Maruo Kyozuka, conduz a história de forma com que acontecimentos recentes se unam aos do passado (no caso, o desenho mesmo em si). Se uma palavra puder resumir o filme, seria “recordação”. “The Last – Naruto” é cheio delas. Lembranças de coisas recentes e outras bem antigas. Em alguns momentos, o espectador pode até achar cansativo a volta de tantas cenas, mas o processo traz novas e novas explicações a cada entrada.

As inserções presentes de takes até do anime mesmo e complementam e completam o entendimento. O desenvolvimento do enredo do vilão Toneri deixa a desejar, mas toda o clima de seriedade e loucura de suas cenas compensam.

As cenas de ação oferecem rapidez e são alternadas com calmaria, que chegam ao silêncio extremo, com cortes secos nas cenas. Transições fade in – fade out dão uma atmosfera de apreensão em determinados momentos. Destaque à trilha sonora na medida exata para as passagens. Os herois cresceram e muito. Naruto aparenta ter uns 1,80m. E continua imaturo, ousado, desligado e descuidado. Virou quase um popstar depois da Grande Guerra. E agora tem de lidar com outro grande desafio: o coração. Agora que todos são adolescentes, seus dramas e inseguranças os acompanham, rendendo humor à história com um tom sério.

Certos acontecimentos têm desfechos bem confusos, o que deixa uma sensação de algo incompleto. No todo, o filme dá conta do recado. Nele estão ali lutas movidas pelo amor e sentimento, dívidas que nunca poderão ser pagas, vidas que jamais poderão ser substituídas e a importância de um soco, tão execrado durante a exibição. E toda aquela atmosfera cultural nipônica, com suas tradições e costumes. A história vai se desenrolando e os atos se encaixando como se fosse mesmo uma bela despedida.  “Naruto – The Last” é como um álbum de recordações para os fãs: quando eles sentirem falta de seus heróis, podem folheá-lo, ou seja, revê-lo. Atenção às cenas de crédito: apesar do filme encerrar a saga de Naruto, a luta sempre continua.

“The last: Naruto o filme”

Diretor: Tsuneo Kobayashi
Gênero: Anime
País: Japão
Ano: 2014
Duração: 112 minutos
Roteiro: Maruo Kyozuka
Cópias: dubladas e legendadas

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