Diretor de ‘Infância’, Domingos Oliveira relata experiência pessoal no filme

O novo filme de Domingos Oliveira em parceria com Fernanda Montenegro é baseado em uma experiência pessoal do diretor

Em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro, o diretor do filme “Infância”, Domingos Oliveira, Fernanda Montenegro, Priscila Rozenbaum e a produtora Renata Paschoal receberam os jornalistas para uma conversa sobre o longa-metragem. O filme estreia simultaneamente em São paulo, Rio de Janeiro e Brasília, em sete salas de cinema diferentes.

Sobre “Infância”, o diretor fez questão de ressaltar: “Quis fazer um filme atual, mesmo usando a reconstituição de época, porque em essência nada mudou. A mentira continua como conhecemos ainda hoje no Brasil atual e vem de muito antes, da família, muitas vezes. Eu digo sempre que honestidade tem que ser o principio e não o fim”!

A parceria de Fernanda Montenegro junto ao projeto ultrapassa as artes cênicas, pois a artista é apoiadora do filme também. E, na mesma medida, ambos participaram juntos do processo criativo da obra. Segundo Domingos: “Fernanda me ensinou muito” e emendou: “Não somos loucos! Mas a gente se atreve. Me pergunto sempre se o mundo melhora ou piora, mas sou um otimista por filosofia. Para mim, é um prazer poder fazer o que eu quero. E exorcizar os meus fantasmas. Porque está é uma história minha, pessoal, de infância”.

“Infância” gira em torno da morte de uma cachorrinha e é baseado em uma experiência pessoal que marcou a infância do diretor Domingos Oliveira nos anos 50.  A avó do autor e sua mãe, representantes tipicas da alta burguesia daqueles tempos, criam uma trama de mentiras para o jovem protagonista que sofre com a perda da cachorra. Sobre o filme, baseado na peça que escreveu há 40 anos “Do fundo do Lago Escuro”, o diretor defendeu a relevância do filme em tempos tão atuais: “A mentira é uma instituição poderosa na moral burguesa e nas classes média e alta, seja nos anos 50 ou agora. Temos tido a oportunidade de ver isso no cinismo de políticos corruptos, por isso é um filme sempre atual”, destacou o cineasta.

Recentemente o cineasta lançou uma autobiografia intitulada “Vida Minha”, com relatos de tudo que viveu como boêmio por opção e também por natureza. E para o próximo semestre vai estrear um novo filme: “Barata Ribeiro, 716”, com Renata Paschoal, Caio Blat e grande elenco.