Carnaval 2017: Mocidade Independente de Padre Miguel (Foto: Daniel Collyer/Hipermídia Comunicação)

Apesar de significar cumprimento, a expressão “Namastê” ganhou sentido mais amplo com a intenção de reconhecer o ser que existe no outro.

O início, o fim e o meio dessa história são formados por encontros que parecem escritos justamente nas estrelas. A partir da Via Láctea, o rio Ganges do céu, desce o líquido da inspiração que irrigará o desfile, fazendo o congraçamento de duas terras: Índia e Brasil.

Tentando chegar às especiarias da Índia, os portugueses vieram aportar na costa brasileira, dando início a uma história de semelhanças entre traços culturais.

Mahatma Gandhi também iluminou o caminho de nossos líderes. Seremos eternos Filhos de Gandhi, cujo Afoxé exubera axé, e filhos do axé de nossos próprios mensageiros de luz, entre eles Betinho, o profeta Gentileza, Mãe Menininha do Gantois, Chico Xavier, Chico Mendes, Dom Hélder Câmara, Abdias do Nascimento, Irmã Dulce, Mãe Beata de Iemanjá… e tantos outros!

Leia também:
Carnaval 2018: Confira a ordem dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro

Confira o Samba-Enredo da Mocidade

“Namastê… A Estrela Que Habita em Mim Saúda a que Existe em Você”

Autores: Altay Veloso / Paulo César Feital / Zé Glória / J. Giovanni / Denilson do Rozário / Carlinhos da Chácara / Léo Peres / Alex Saraiça
Intérprete: Wander Pires

Kamadhenu, derrama leite em nosso terreiro
Ganesha tem licença do cruzeiro
Desemboca o Ganges cá no Rio de Janeiro
Os filhos de Gandhi hoje são brasileiros
Brahma foi quem guiou velas de Portugal
E trouxe a Índia ao Gantois da mãe querida
Padre Miguel chamou Shiva pro Carnaval
E Namastê pra todo povo da Avenida

Hora de se benzer, hora de ir ao mar
Do sal à doce liberdade
Há tempo ainda!
Desobedecer pra pacificar
Como um dia fez a Índia!

Teresa de Calcutá
Ó, Santa Senhora, ó, Madre de Luz
Venha para iluminar
Esse povo de Vera Cruz

Clama o meu país
À flor de lótus, símbolo da paz
E à vitória-régia da mesma raiz
Pela tolerância entre os desiguais
Nesse “holi”
Eis o triunfo do bem e da fé
Nehru, Dom Hélder, Chico Xavier
Olhem pra Índia e pro Brasil! Ô, ô

Bendita seja a Santíssima Trindade
Em Nova Deli ou no céu tupiniquim
Ronca na pele do tambor da eternidade
O amor da Mocidade sem início, meio e fim!