O Carnaval de 2020 terá um significado especial para Rosa Magalhães: ao completar 50 anos de Avenida, a carnavalesca retorna à Estácio de Sá, onde trabalhou no início de sua carreira. Fez três carnavais: 1987 – “O Tititi do Sapoti”, em parceria com Lícia Lacerda; 1988 – “O boi dá bode”; e 1989 – “Um, dois, feijão com arroz”.
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“Muita gente acha que o início de minha trajetória foi na Estácio, mas comecei bem antes. Foi na Beija-Flor, em 1974, com o enredo “Brasil Ano 2000”, lembra. Sobre o enredo de 2020 comenta que a ideia surgiu de uma possibilidade de patrocínio, que acabou não vingando. Recita versos de Drummond, que também será lembrado no desfile, para explicar com bom-humor: “Havia um patrocínio no caminho, mas o patrocínio caiu e ficou só a pedra”.
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Entre tantas pedras lembradas no enredo, a Estácio também será uma, pois sua origem está na Deixa Falar, a primeira Escola de Samba, pedra fundamental lançada por Ismael Silva. Visitará a Serra da Capivara, no Piauí, onde os primeiros brasileiros gravaram nas cavernas o início de nossa escrita. Percorrerá as inesgotáveis jazidas de Minas Gerais, de onde a Coroa Portuguesa extraiu tantas pedras preciosas e ouro que fez a cotação do ouro cair no mercado europeu, tal a oferta do produto. Seguirá, em direção ao Pará, recordando o mais recente fenômeno no capítulo da mineração, mostrando um formigueiro humano concentrado em Serra Pelada, numa aventura sem fim, em busca de pedras que poderiam representar a independência financeira de muita gente.
Para concluir a sua mensagem sobre as diversas pedras espalhadas no caminho da Humanidade, Rosa lembra da amostra que foi trazida do solo lunar pelos astronautas: “Se não cuidarmos bem da nossa Terra ela acabará ficando como a Lua, um monte de pedras e crateras, sem vida…”