Além de ser uma conceituada escritora, Carina Rissi é uma leitora voraz. Ela vê nas obras de Jane Austen e Julia Quinn fontes de inspiração. A autora de obras como “Perdida”, “Encontrada” e “Procura-se um Marido” já vendeu cerca de 150 mil exemplares.

“Perdida” em breve será adaptada para o cinema e o terceiro livro da série será lançado ainda em setembro. Na Bienal do Livro, Carina Rissi lança o livro “No Mundo da Luna”, pela editora Verus/Record, onde narra a história de uma jornalista recém-formada em busca de sua primeira chance profissional.

Em conversa com o Almanaque da Cultura, Rissi falou sobre a sua difícil e corajosa decisão de se tornar uma escritora profissional, os desafios que encontrou pelo caminho e o relacionamento carinhoso com os fãs. Ela também relatou sobre a experiência de adaptar “Perdida” para o cinema e do seu novo livro “No Mundo de Luna”.

Carina Rissi, autora de “Perdida”, que está sendo adaptado para o cinema (Foto: Divulgação / Bienal do Livro)

Almanaque da Cultura: Carina, quando começou o seu interesse pelos livros?
Carina Rissi: Desde bem pequena eu gostava de fazer tirinhas, criar histórias, mas comecei a escrever muito depois. Fiquei com a história do livro “Perdida” uns dois anos na minha cabeça. É muito assustador escrever pensando que o seu texto vai ser um livro. Você e seus pensamentos ficam muito expostos. Até traços da sua personalidade acabam fazendo parte da história. Escrevia somente para mim, mas quando meu marido leu e gostou muito, decidi percorrer esse caminho. Só decidi seguir a carreira de escritora quando tive a coragem necessária.

Almanaque da Cultura: Foi difícil conseguir publicar o seu primeiro livro?
Carina Rissi: Sim, até porque eu não sabia nada de produção literária, não tínhamos conhecimento na área e tivemos que pesquisar. Resolvi lançar a primeira tiragem de “Perdida” com 5 mil exemplares de forma independente. Para fazer a publicidade corri atrás: fiz contatos com sites, paguei banner, investi uma boa quantia para fazer o meu sonho dar certo. E deu certo, né? (risos).

Almanaque da Cultura: Como é a repercussão dos seus livros? Você tem contato constante com os seus fãs?
Carina Rissi: O tempo todo. Todos os dias eu converso com os meus fãs, é uma delícia. Eu tenho fãs de todos os tipos. Às vezes os fãs aparecem até na porta da minha casa, que descobrem que eu moro em Ariranha, interior de São Paulo, e vão até lá para pedir um autógrafo e tirar uma foto comigo (risos). Os meus fãs também me encontram nas redes sociais e no meu site. Adoro estar em eventos literários, como a Bienal, onde posso encontrá-los. Esse feedback é muito importante para mim, é onde eu analiso onde eu errei e acertei, que eu descubro o que eles estão esperando dos meus próximos trabalhos.

Almanaque da Cultura: Você está lançando na Bienal o seu livro “No Mundo da Luna”. Conta um pouco sobre a Luna. Quem é ela?
Carina Rissi: A Luna acabou de se formar em Jornalismo e conseguiu um estágio na renomada revista Fatos&Furos, que era o sonho dela. Só que ela descobriu que a vaga era para recepcionista e não para  repórter. Ela aceita mesmo assim e começa a trabalhar lá. A revista passa por uma crise, onde vários profissionais são demitidos, e ela é chamada para trabalhar como jornalista só que para cuidar da área de horóscopo. Ela mais uma vez aceita, sem entender nada do assunto. No início ela até tenta ler astrologia, mas é muito complicado. Então, ela compra um baralho cigano e tenta fazer a coluna semanal de horóscopo deste jeito e, assim, começa uma confusão atrás da outra (risos). Ela também se envolve com o chefe, que ela detesta inicialmente. Esse é um dos meus livros favoritos, onde eu coloco um pouco da cultura cigana, que eu gosto demais. O feedback inicial que estou tendo dos meus fãs é muito legal, espero que todos gostem.

Almanaque da Cultura: Carina, seu primeiro livro “Perdida”, vai virar filme. Qual a previsão para o início das filmagens e da estreia nos cinemas?
Carina Rissi: O cineasta Luca Amberg, da Amberg Filmes, fez o convite em 2011. No início pensei que fosse piada ou pegadinha, mas ele realmente ficou muito interessado na adaptação de “Perdida” no cinema e, é claro, que eu aceitei. Agora além de escritora, também sou roteirista. A adaptação será do Luca Amberg e minha. Fiquei aliviada, pois quero manter a história nos cinemas a mais fiel possível ao livro. Ainda estamos na fase de captação de recursos e parcerias. A previsão é que as filmagens comecem no ano que vem e a estreia nos cinemas seja no primeiro trimestre de 2017.

Almanaque da Cultura: Você vai poder opinar sobre a escolha do elenco?
Carina Rissi: Dar opinião, claro, mas não está nas minhas mãos. Depende de vários fatores, como a disponibilidade dos atores. Eu adoraria que o Marco Pigossi (que atualmente está no elenco da novela “A Regra do Jogo”) fosse o Ian Clarke (o mocinho da história), mas isso realmente é apenas um desejo meu, não tem nada acertado.

Almanaque da Cultura: Qual a mensagem de incentivo que você pode deixar para quem está querendo começar na carreira literária?
Carina Rissi: Acredite em você mesmo e aposte em você, se você não apostar em você, ninguém vai apostar. Eu sou uma das três mil escritoras da editora Verus/Record. Eu não posso me acomodar, eu tenho sempre que tentar fazer o meu melhor. Invista o que você puder, seja tempo ou dinheiro. Escreva com amor, revise muito seus textos e acredite no seu potencial. Olha eu aqui, quanta coisa doida já aconteceu comigo até aqui. (risos). Boa sorte para todos!