Jeff Kinney explica como escreveu ‘O Diário de um Banana’ na Bienal

Autor com mais de 5 milhões de livros vendidos disse ser muito fã de apresentadora brasileira.

Jeff Kinney, autor da série de best sellers “O Diário de um Banana” (“Diary of a Wimpy Kid“) lotou o Auditório Verde no domingo, 6 de setembro, ao participar do “Conexão Jovem – Encontro com Autores”, evento pertencente à programação da 17ª Bienal Internacional do Livro. Dezenas de crianças, acompanhadas por seus pais, assistiram a palestra do escritor, atentas a cada detalhe. Jeff está em turnê mundial e esta é a segunda vez que vem ao Brasil.

Apesar dos quase 45 minutos do discurso, cheio de informações, slides e explicações detalhadas, o que causaria aflição em qualquer criança por estar parada assistindo, o escritor soube como prender a atenção. Começou contando que nunca quis ser autor de livros e, sim, cartunista. Formou-se em Justiça Criminal enquanto mandava seus cartuns para os jornais.

Jeff Kinney na 17ª Bienal Internacional do Livro Rio, no Riocentro (Foto: Leandro Martins/Light Press/Divulgação)

Depois de anos rejeitado, criou um personagem para contar tudo o que havia acontecido de engraçado quando era criança. E, assim, criou um diário vivido por Greg, menino que mudaria para sempre sua vida. Foram oito anos desenvolvendo a história do protagonista, mais de 1300 páginas de rascunho feitas e, só assim, o esboço do “O Diário de um Banana” estava pronto.

Durante uma Comic Con, em Nova York, Jeff levou um pacote com 20 páginas do rascunho original de seu trabalho. Foi lá que ouviu a primeira frase que tanto ansiava após ser ignorado por diversos editores: “Era exatamente disso que estávamos procurando”.

Mais de cinco milhões de livros vendidos (500 mil exemplares só aqui no país) depois que viraram até uma trilogia de filmes, Jeff lança em 3 de novembro o décimo livro da série, “Diário de um Banana – Velhos Tempos”.  Ele conta que todo ano escreve um livro, em um processo denso e metódico. Monta 350 piadas em cerca de 4 ou 5 meses. Segundo o autor, a capa é primeira coisa a ser produzida e, só a partir dela, o livro começa a ser feito. “Em 2015, trabalhei 15 a 16 horas por dia para cumprir prazos. Quase morri. Desde que os livro saíram, minha vida está louca”, desabafa.

Kinney conta que já teve a ideia de trazer Greg para uma aventura no Brasil e disse ter se encontrado com Xuxa em outra vez que esteve no país. “Sou muito fã. Quando estava na faculdade, assistia aos seus programas nos Estados Unidos”, revelou como uma criança animada perto do seu ídolo. Jeff Kinney fechou a palestra na Bienal do Livro em tom motivacional: “Todo mundo que tem um sonho deve ter paciência. Se vocês têm uma ideia, trabalhem nela. Se tiverem sorte como eu, vão vê-la sua decolar”.