Zé Ramalho comemora 66 anos com show no Metropolitan, no Rio

Artista paraibano volta aos palcos do Rio com a "Tour 2015" e celebra aniversário junto com a plateia

Zé Ramalho não poderia ter escolhido data mais festiva para fazer sua “Tour 2015” no Rio de Janeiro. O cantor subiu ao palco do Metropolitan, na Zona Oeste da cidade, no sábado, 3 de outubro, onde apresentou alguns de seus sucessos de quase 40 anos de carreira e ainda celebrou seu aniversário de 66 anos.

Para começar bem o espetáculo o trovador escolheu a festiva “A Dança das Borboletas”, do seu álbum de estreia de 1976 “Zé Ramalho”, para, na sequência, apresentar o hit lançado em 1981, “Galope Rasante”, e agradeceu por estar mais uma vez no palco da casa de espetáculos.  A pausa também foi usada para enaltecer a banda que tocava ao seu lado, chamada de Banda Z, que fez total diferença na apresentação, introduzindo arranjos novos e modernizados às músicas do cantor.

Zé Ramalho prosseguiu com o show aos versos da canção “Kryptonia”, emendou com a canção “Tá Tudo Mudando” e partiu para a clássica “Entre a Serpente e a Estrela”, novamente com destaque para os músicos que o acompanhavam, desta vez com um solo de trompete. Ao pedir “Vamos Tomar um Táxi?”, o público logo entendeu que a introdução da percussão era a grande abertura do cantor para “Táxi Lunar”.

Tendo sempre o suporte da plateia, Zé Ramalho bradou: “Esse é o baião filosófico da pegada do forró do nordeste” e irrompeu com “A Terceira Lâmina”, ao som da flauta doce de seus músicos. Todos cantaram em uníssono “Banquete dos Signos”, em versão com destaque para o trompete e o contrabaixo. Na sequencia, a audiência vibrou com “Avôhái”, canção que consagrou o cantor e, que segundo Zé, foi uma música psicografada por ele. Ele costuma dizer que, enquanto escrevia a canção, frases vinham à mente, ao mesmo tempo em que uma voz lhe soprava ao ouvido “Avôhai! Avôhai!” (Avô e Pai). Zé perdeu o pai, Antônio de Pádua Pordeus Ramalho, afogado em um açude do sertão e foi criado pelo avô, a quem deu a alcunha de “Avohai”.

Na esteira de “Avôhai”, retornou à sua história pessoal com os versos de “Vila do Sossego”: “Oh, eu não sei se eram os antigos que diziam/ Em seus papiros/ Papillon já me dizia/ Que nas torturas toda carne se trai/ Que normalmente, comumente, fatalmente, felizmente/ Displicentemente o nervo se contrai” ao que o público seguiu em coro: “Oh, oh, oh, com precisão”.

A plateia ensaiou um “Parabéns para Você” por conta do aniversario do cantor, que respondeu com um muito obrigado e, como que para celebrá-los, cantou “Chão de Giz”. Após retomar o fôlego, exaltado pela emoção, deu início à “Garoto de Aluguel”, para, no final concluir com “Admirável Gado Novo”, em que fez uma crítica velada ao Brasil atual: “Vida de Gado é o Brasil”, declarou.

Finalizando o show, fez dois covers do CD de coletâneas de 2001 “Zé Ramalho canta Raul Seixas”, apresentando “Guita” e “Medo da Chuva”, para na sequência fazer a plateia dançar com o batuque contagiante de “Frevo Mulher”, acompanhado da percussão de sua já citada excelente “Banda Z”. Para o bis, escolheu uma canção romântica: “Sinônimos”, sendo aplaudido de pé, para seguir com “A vida do Viajante”, de Luiz Gonzaga, terminando assim ovacionado pelo público que conseguiu concluir o coro de “Parabéns a você”, a que o cantor respondeu: “Obrigado pelo carinho e fiquem na Paz”.