Marcos Lanza, ator de ‘A Paixão Segundo Nelson Rodrigues’, fala sobre a peça

Natural de São Bernardo do Campo o ator Marcos Lanza é uma promessa do teatro brasileiro. Com inúmeras peças no currículo, entre elas “Chaplin – O musical” e “Elis – A Musical”, o paulista teve seu primeiro contato com canto na infância, ainda em um coral de Igreja no qual seus pais fazem parte. Atualmente em cartaz em “A Paixão segundo Nelson Rodriguês”, peça que após uma bem sucedida temporada no Rio de Janeiro, está em cartaz em São Paulo, o jovem divide o palco com artistas renomados como Helena Ranaldi, Roberto Cordovani e Vanessa Gerbelli e faz bonito ao mostrar toda sua potencia vocal em tom melodramático no musical que homenageia o dramaturgo falecido na década de 1980.

Em “A Paixão Segundo Nelson”, Marcos Lanza dá vida a cerca de sete personagens do imaginário de Nelson Rodrigues. Em entrevista ao almanaque da Cultura, o ator destacou os arranjos da montagem, feitos por Zeca Baleiro “é uma delícia e ainda mais com a adaptação do Zeca”, experiência que o faz comentar: “Para mim é um grande presente, até por que antes mesmo de trabalhar com o Zeca eu já era um grande fã”, conclui.

Almanaque da Cultura: Como se deu sua entrada ni elenco de “A Paixão segundo Nelson Rodrigues”?
Marcos Lanza: Fui convidado por um amigo para fazer uma leitura do texto num projeto aqui de São Paulo chamado “letras em cena”, que são leituras encenadas com platéia, precisavam de um ator/cantor e ele me indicou, conheci o Zeca Baleiro e a Débora Dubois nos ensaios da leitura, isso em 2012 e dessa época em diante eles estavam tentando produzir, e agora em Novembro de 2015 eles me convidaram para compor o elenco do espetáculo. Fiquei imensamente feliz!

Almanaque da Cultura: Você dá vida a vários personagens durante a peça, como é essa transformação?
Marcos Lanza: Interpreto mais ou menos de seis a sete personagens na peça, cada personagem tem um figurino diferente que o caracteriza, e nós homens temos uma maquiagem única que foi desenvolvida para ressaltar o olhar!

Almanaque da Cultura: Fez algum laboratório para a peça?
Marcos Lanza: Lemos muitas coisas, e tivemos alguns workshop com estudiosos de Nelson Rodrigues, tais como, Moacir Goes e Fernandinho Neves que fez a preparação de ator. Vi alguns filmes, alguns episódios de “A vida como ela é”, li textos, e vi algumas entrevistas que o próprio Nelson deu. Além de ouvir alguns cantores da década de 50 para entender a colocação da voz e os maneirismos!

Almanaque da Cultura: Como é a experiência de trabalhar com os arranjos do Zeca Baleiro e a direção da Débora Dubois?
Marcos Lanza: Fazer Nelson Rodrigues é uma delícia e ainda mais com a adaptação do Zeca, que na minha opinião foi o casamento perfeito para essa acidez e essa profundidade que Nelson imprimi nos seus textos. Para mim é um grande presente, até por que antes mesmo de trabalhar com o Zeca eu já era um grande fã, tenho CDS e conheço muita coisa da discografia dele! É um cara humilde, inteligentíssimo e de uma generosidade que mal cabe nele. E a Debora também está sendo uma grande experiência, ela nos deixa muito a vontade inclusive para que possamos discutir sobre cada personagem, é uma grande profissional da área!

Almanaque da Cultura: Comente sobre sua experiência com musicais.
Marcos Lanza: Fiz alguns musicais que são especiais na minha carreira, tais como “Chaplin – O musical”, “Elis – A Musical”, “Avenida Q”, “Enlace – A Loja do Ourives”, “Tic, tic, Tati”, enfim todos com um lugar especial no meu coração, trabalhei com grandes diretores como Roberto Lage, Chistina Trevisan, Alonso Barros, Dennis Carvalho, Mariano Detry entre outros! Aprendi muito e aprendo a cada espetáculo, a cada experiência, me dedico ao máximo e sou persistente!

Almanaque da Cultura: Que personagens sonha em fazer?
Marcos Lanza: Gosto muito de comédia, gostaria de fazer algo bem engraçado para divertir as pessoas mas ao mesmo tempo gostaria de fazer um vilão! em musicais amaria fazer “Rent”, gostaria de ser Angel, amaria fazer “A ópera do Malandro”, “Mary Poppins”, “Les Miserables”, entre outros!

Almanaque da Cultura: E quais são seus projetos futuros?
Marcos Lanza: Quero viver da minha arte, continuar realizando meus sonhos. Ah, e gostaria muito de fazer uma novela também.