Idealizado e concebido por Eduardo Barata, o espetáculo “Haddad e Borghi: Cantam o Teatro, Livres em Cena” estreia no dia 8 de janeiro, no Teatro Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro. A montagem reúne Amir Haddad e Renato Borghi, dois fundadores do Grupo Oficina, em uma proposta centrada em relatos, música e memória teatral. Além disso, a temporada segue até 1º de fevereiro de 2026, com ingressos a partir de R$ 10.
O projeto nasceu em março de 2024, durante um jantar realizado na casa de Eduardo Barata, no Rio de Janeiro. Na ocasião, Haddad e Borghi se reencontraram após anos sem convívio presencial. A partir disso, as histórias compartilhadas à mesa motivaram a criação do espetáculo. “Os dois começaram a conversar, e o encanto foi acontecendo”, relata Barata, ao explicar o impulso inicial da obra. Ainda segundo o criador, a liberdade passou a orientar toda a dramaturgia do encontro.
Encontro de trajetórias no teatro brasileiro
Escrito a quatro mãos por Eduardo Barata e Elaine Moreira, o texto foi desenvolvido ao longo de dez encontros criativos presenciais. Assim, a construção dramatúrgica contou com a participação direta dos protagonistas e de integrantes da equipe artística. “É uma narrativa em trânsito, em ebulição e com imensa liberdade artística”, afirma Elaine Moreira, em declaração presente no release.
Além disso, o espetáculo marca a estreia de Amir Haddad como ator em uma temporada paulista. Como diretor, ele não permanecia em cartaz na cidade desde os anos 1950, período ligado aos primeiros passos do Teatro Oficina. Nesse sentido, Eduardo Barata explica a proposta cênica: “Nossa ideia é narrar, cantar e apresentar ao público um panorama com recortes da cena nacional”.
Relatos, temas e participação em cena
Em cena, Amir Haddad e Renato Borghi abordam temas como existência, ofício do ator e vivências em diferentes regiões do Brasil. Além disso, os artistas compartilham episódios pessoais e profissionais que atravessam décadas de atuação no teatro. A cada sessão, o elenco provoca a dupla com questões e referências, estimulando lembranças e reflexões.
Amir Haddad comenta a relação construída ao longo de sete décadas. “São 70 anos de bem-estar e alegria ao lado dele”, afirma. Já Renato Borghi relembra o início da parceria. “Quando eu comecei a fazer teatro, ele me dirigiu na peça do Zé Celso, ‘A Incubadeira'”, conta o ator, ao destacar a importância desse período para sua trajetória.
Música, referências e estrutura musical
O espetáculo dialoga com linguagens como ópera, circo, artes visuais e carnaval. Assim, referências a Lygia Clark, Hélio Oiticica, Elis Regina, Zé Kéti, Braguinha, Emilinha Borba, Bizet, Donizetti e Charles Gounod integram o universo da montagem. Durante as apresentações, participam a cantora lírica Ananda Gusmão, as palhaças Lenita Magalhães e Renata Maciel, além de músicos convidados na primeira semana.
Em ritmo inspirado na Rádio Nacional, canções como “Ave Maria no Morro”, “Se Acaso”, “Vaidosa”, “Minha Terra”, “Alegria, Alegria” e “Carinhoso” integram a trilha. Além disso, músicas compostas para o teatro também fazem parte da encenação, como “Canção do Jujuba”, “Roda Viva” e “Por Causa do Teatro”.
“Nossa abordagem para a direção musical partiu de uma busca afetiva”, explica Maycon, integrante do Trio Júlio, responsável pela direção musical. Segundo ele, as memórias ligadas à Rádio Nacional orientaram os arranjos e a concepção sonora.
Elenco, cenografia e elementos visuais
O elenco conta com Débora Duboc, Élcio Nogueira Seixas, Duda Barata e Máximo Cutrim, que apresentam obras de autores como Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Arthur Miller, Gianfrancesco Guarnieri, Oswald de Andrade e Bertolt Brecht. Assim, o repertório amplia o diálogo com a história do teatro.
O cenário, assinado por Rostand Albuquerque, utiliza dois tronos móveis e elementos que remetem a camarim, com objetos pessoais e fotografias. A proposta dialoga com referências das artes visuais. A iluminação é de Ricardo Viana e Rodrigo Palmieri, enquanto a direção de movimento fica a cargo de Marina Salomon. Os figurinos são assinados por Rute Alves.
“Haddad e Borghi: Cantam o Teatro, Livres em Cena”
- Local: Sesc Copacabana
- Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana, Rio de Janeiro/RJ
- Temporada: 8 de janeiro a 1º de fevereiro de 2026
- Quinta a sábado, às 20h | Domingo, às 18h
- Ingressos: R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia), R$ 10 (credencial plena)
- Classificação: Livre
- Duração: 100 minutos


































