Uma mulher desesperada e angustiada porque está prestes a perder seu amante, já que ele vai se casar em poucas horas. Ela tenta de todas as formas convencê-lo a desistir e todo este angustiante se passa durante um telefonema que ele fez para se despedir dela. Em “A Voz Humana”, primeiro monólogo dos seus 35 anos de carreira, Cláudia Ohana mostra as loucuras da paixão e a relação humana de dependência com o telefone. O texto foi escrito pelo dramaturgo francês Jean Cocteau (1889-1963) há 85 anos e continua mais moderno do que nunca.

“Sofrer de amor é sempre atual”, comenta Cláudia Ohana sobre o texto. A peça foi encenada a primeira vez em 1930 por Berthe Bovy e, na história do teatro, passou a ser um dos monólogos mais desejados pelas atrizes. O coletivo Andes em Luta (de Raquel Dias), Maria Barroso, Eunice Muñoz, Isabel de Castro, Margarida Cardeal, Ana Moreira e agora Ohana são algumas das mulheres que deram vida à aflita mulher criada pelo poeta francês.

A ideia do monólogo veio há três anos, quando Cláudia estava em cartaz com o espetáculo “Clímax”, dirigido por Domingos de Oliveira. “Ele me disse ‘Cláudia, tem um texto que você devia fazer, chamado “A Voz Humana”. Fiquei com isso na cabeça e agora consegui realizar. No palco, Ohana mostra todo o sofrimento do término de uma relação e os limites do amor e do desamor. “É sobre o ridículo do amor até onde podemos nos expor por uma paixão’, complementa do diretor José Lavigne.

Mesmo escrita em 1930, “A Voz Humana” tem um tema super atual ao mostrar a importância que o telefone desenvolveu na vida das pessoas (Foto: Pino Gomes)

Para ele, dirigir Cláudia foi uma experiência incrível. “Ela é uma atriz extremamente competente e com uma técnica rara, que responde ao texto e as orientações do diretor com uma rapidez e eficiência que facilitam o trabalho”. O cenário da peça é uma instalação do artista plástico Edgar Duvivier. A iluminação fica por conta de Felipe Lourenço, visagismo de Pino Gomes e figurinos de Carla Garan. Tudo foi pensado de forma a trazer para o palco o drama e a dor da personagem.

Se estivesse no lugar desta mulher, Cláudia conta que agiria de forma mais sensata. A atriz ainda revela seu grau de envolvimento com o telefone, o outro protagonista da peça. “Tentaria de tudo conquistá-lo, mas não faria como ela, de botar o outro em primeiro lugar. Eu não largo meu celular e adoro o Whatsapp, mas Facebook acho chato”.

Peça “A Voz Humana”

Datas e horários: até 20 de dezembro
Horários: sábado às 19h e domingo às 18h
Local: Teatro Clara Nunes – Rua Marques de São Vicente, 52/3º – Shopping da Gávea – Rio de Janeiro
Ingressos: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia entrada)
Informações: (21) 2274-9696
Classificação: 14 anos
Duração: 50 minutos
Lotação: 435 lugares
Gênero: Drama