Ana Furtado abre o verbo sobre ‘É de Casa’: ‘Televisão é correr risco, né?’

Ana Furtado está feliz da vida! E, não é para menos, a apresentadora finalmente tem um programa para chamar de seu. Ela é uma das apresentadoras do “É de Casa“, novo programa da TV Globo. Em uma conversa com o Almanaque da Cultura, a apresentadora revelou detalhes da atração e confessou que não tem problema nenhum em trabalhar com o seu marido, Boninho. “Imagine, ele trabalha na Rede Globo há 30 e poucos anos e eu há 20, somos profissionais que trabalham na mesma emissora. E para mim é um grande prazer trabalhar com o Boninho porque eu acho ele um grande diretor e é um grande privilégio aprender e trabalhar com ele, que tem uma expertise de tantos anos e tantos programas. Mas a gente separa muito bem, em casa não se fala sobre trabalho”, relatou a profissional.

Almanaque da Cultura: Esse programa é um novo desafio em sua carreira?
Ana Furtado: É um grande desafio, com certeza. Televisão é correr risco, né? Bom, qualquer trabalho é, porém, acho que televisão é ainda mais. A gente está ciente disso, está disposto a isso e está fazendo um programa para não correr esse risco de rejeição do público. Mas, como a gente sempre fala, não é um programa engessado. Existe a possibilidade de experimentar tudo, assim como vários outros programas já passaram por reformulações ou por tentativas. É um programa inovador, um grande desafio, que requer dedicação integral dos seis apresentadores. É uma proposta ousada, desafiadora e extremamente prazerosa. É uma casa, e casa está sempre em mudança, a gente sempre muda também nosso caminho. E por que não mudar também os caminhos dos assuntos que a gente vai tratar na casa? Não estamos pensando no acerto e no erro e sim em um programa que tenha a cara do sábado de manhã e que seja feito para entreter, animar e contagiar a família brasileira, que ela se reconheça no nosso programa.

Almanaque da Cultura: Você disse ser apaixonada por carros, já pilotou?
Ana Furtado: Viu que legal? E também sou lateral direita, jogo um belo de um futebol (risos). Tudo que eu mais quero é poder mostrar esses outros lados da minha personalidade para o público. Esse programa dá a oportunidade de nós seis mostrarmos para o público brasileiro quem nós somos. É um programa que vai nos humanizar. E essas curiosidades vão ser muito interessantes, vão dar um molho ao programa. Eu vou me tornar uma mulher muito mais acessível, no lugar daquela mulher distanciada que só aparece na TV. E nós todos somos meio olimpianos, tem gente que acha que não somos de verdade. “Imagina, mas a Ana está tão distante de mim”… Outro dia postei uma foto minha construindo a casa de bonecas da minha filha, escrevi “mãe que faz”. E o povo: “Mas Ana, você é uma mulher tão elegante, tão chique, rica, por que não pagou alguém para fazer isso para você?”. Como diria minha amiga Cissa Guimarães, eu sou gente como a gente (risos). Então essa vai ser uma grande oportunidade de nós nos mostrarmos como nós somos.

Apresentadores do “É de Casa” (Foto: TV Globo)

Almanaque da Cultura: Como será a sua rotina?
Ana Furtado: Eu geralmente já durmo tarde e tento acordar cedo. É claro que eu vou ter de me adaptar. Mas não é um programa diário, é só no sábado. É claro que a gente vai trabalhar bastante durante a semana também, mas nada que não dê para organizar o relógio biológico aos pouquinhos e o trajeto para o Projac vai estar bem tranquilo no sábado de madrugada (risos). Olha que a gente vai chegar cedo! 6h30 eu já devo estar aqui. Tem de se arrumar, mulher já demora mais um pouco… E a gente vai rediscutir o nosso cardápio – porque não tem um roteiro, não tem TP, nada para ler. A gente vai viver aqueles assuntos e discutir, debater, apresentar tudo o que a gente tem de curiosidade sobre nós, o nosso olhar do mundo sobre o que aconteceu para o público. Acho que vai ser algo bem orgânico e vai estar todo mundo bem ligado e acordado para apresentar esse novo desafio (risos). E é até bom que a gente começa a aproveitar o fim de semana mais cedo, né? Às vezes a gente acorda mais tarde no sábado e sente que perdeu uma boa parte do fim de semana, me dá uma frustração. Então vamos começar o fim de semana com o pé direito, com informação, entretenimento, diversão e fomentar papos para a família brasileira.

Almanaque da Cultura: O programa será bem família?
Ana Furtado: Sim! Uma das coisas que a gente percebe, e esse programa não foi pensado aleatoriamente, é que a família brasileira não conversa mais. Os pais reclamam que não têm mais assunto, não conseguem mais abordar assuntos com os filhos. Os filhos cada dia mais estão distanciados dos pais porque não sabem mais se comunicar, seja por timidez ou por distanciamento tecnológico. A nossa intenção é que todos os assuntos que nós venhamos a abordar dentro da casa sejam um estopim ou uma faísca para o início de uma conversa com essa família.

Almanaque da Cultura: Você vai tratar de alguma editoria específica no programa?
Ana Furtado:
Eu falo sobre moda, beleza, malhação, exercícios físicos. Tenho uma ideia de falar sobre finanças também, acho que é bacana planejar o futuro, quanto eu tenho de guardar para comprar aquilo. Eu entendo bastante do assunto e sou preocupada com dinheiro. E carros também, que são uma grande paixão minha. Eu vou capitanear esses temas, mas eu vou orbitar nos assuntos de todo mundo, assim como eles também vão orbitar nos meus. É a grande família que vai falar sobre tudo. E os assuntos factuais também, o que é notícia naquela semana a gente vai discutir. Não é uma janela só para dentro da casa, a gente abre essa janela para o mundo.

Almanaque da Cultura: Você é uma boa dona de casa?
Ana Furtado: Eu sou libriana, então sou uma mulher extremamente organizada, quero tudo no seu lugar, gosto de tudo muito harmônico. Então a ideia é sempre ter harmonia em casa, sejam nos objetos que decoram, seja no clima, nas pessoas com que eu escolho dividir a minha intimidade. Meus funcionários. Meus animais também, eu tenho seis cachorros. Precisa ter essa harmonia, a organização é fundamental, mas a harmonia é imprescindível.

Almanaque da Cultura: Tem um canto preferido da casa que você mais gosta?
Ana Furtado: Eu adoro a sala de TV porque é onde a gente se reúne mais, eu, meu marido e minha filha. Seja para assistir a um filme, seja para conversar, a gente tem uma mesa de refeição, então estamos muito ali naquele ambiente. Mas o meu segundo ambiente, com certeza, é o quarto da minha filha, a gente faz muita bagunça, eu brinco muito com ela e é sempre uma diversão. Todo dia quando eu chego em casa é uma parada obrigatória. “E hoje, a gente vai brincar de quê?” (risos). É bom, né? É minha válvula de escape. Ela gosta de brincar de concurso de dança, mas eu gosto de jogos de tabuleiro, quebra-cabeça, pingue pongue, pebolim, gosto de resgatar essas brincadeiras clássicas.

Almanaque da Cultura: Você tem seis cachorros. Não vai ter um bicho na casa?
Ana Furtado: Olha, a gente por enquanto não tem animal nenhum. Mas acho que naturalmente acontece, né? O Projac é cheio de gatos, daqui a pouco aparece um aí. Não existe o projeto de ter animal ainda, mas, se algum animal se sentir em casa aqui, que venha, vai ser muito bem acolhido, bem recebido e bem cuidado.

Almanaque da Cultura: Como é trabalhar com o Boninho, seu marido? Rola uma cobrança a mais?
Ana Furtado: Imagine, ele trabalha na Rede Globo há 30 e poucos anos e eu há 20, somos profissionais que trabalham na mesma emissora. E para mim é um grande prazer trabalhar com o Boninho porque eu acho ele um grande diretor e é um grande privilégio aprender e trabalhar com ele, que tem uma expertise de tantos anos e tantos programas. Mas a gente separa muito bem, em casa não se fala sobre trabalho, mas aqui trabalha-se muito.