Bárbara Paz será uma mulher bipolar em “A Regra do Jogo“, nova novela da TV Globo, que estreia em 31 de agosto. No novo folhetim, a atriz interpreta Nelita, uma das filhas de Nora, interpretada pela atriz Renata Sorrah.

Em conversa com o Almanaque da Cultura, a artista falou um pouco da personagem e confessou que as artes que aparecem em cena foram feitas por ela mesma. “Não tem ninguém fazendo. As artes que irão para o ar são minhas. É uma pintura corporal, bem bonita. Sou apaixonada por artes em geral. Tem muita coisa com tinta, mas eu usei também o grafite. Coloquei essa minha experiência em prol da personagem. Eu gostei muito. Eu adoro pintar. Eu fiz questão de pedir a Amora para eu fazer as artes dela. O que eu faço em cena é grafismo corporal. É como se fosse um bale, mas o diferencial é que você pinta com o corpo”, confessou a artista.

Almanaque da Cultura: A Nelita tem duas personalidades. Qual a que se destaca mais?
Bárbara Paz: É claro que se destaca mais a que você está enlouquecida. Ela se identifica mais com essa personalidade. Mas, ela tem que juntar as duas. Esse que é o grande mote da história. O que é essa bipolaridade dela? O que é essa doença que ela tem. Muita gente fala uma coisa. Mas, pode ser outra. Ninguém sabe. O médico diagnosticou como bipolaridade. Mas, pode ser outra coisa. Os pacientes de bipolaridade já me pediram para eu interpretar bem. Eles sempre falam: “nos defenda bem!”. Bipolar é muita gente hoje, mas essa doença tem vários níveis. Ela tem dupla personalidade, pois é muito oprimida na própria casa. Ela tem um grande problema com o pai, que sufoca ela, que maltrata e tal. O núcleo familiar dela não é muito agradável. Ela é uma pessoa muito rica. Mas, ela quer ser uma artista. Somente isso. Ela é uma pessoa diferente das outras. E, é diferente uma família aristocrática aceitar isso.

Todas as obras que aparecem na novela são de Bárbara Paz (Foto: TV Globo/João Cotta)

Almanaque da Cultura: Qual é a sua linha de interpretação? Buscou inspiração onde?
Bárbara Paz: Conversei com muita gente. Até com a minha psicanalista. Pesquisei bastante. Ate me questionei: “será que eu sou bipolar?”. Todos somos um pouco. Mas, a doença bipolaridade psicótica é grave. É o caso da personagem. Ela é uma pessoa normal. Não é uma louca. A diferença é que ela é doente. Somente isso. Ela tem que ser tratada e medicada. Só vendo a novela para você saber que linha de interpretação eu irei seguir.

Almanaque da Cultura: O que você e a Nelita tem em comum?
Bárbara Paz: Não tenho nada em comum com a personagem. Aliás, o que eu tenho em comum é que ela é artista plástica e se “libera” na arte. Ela joga a loucura dela toda na tela e sou eu que faço as obas. Não tem ninguém fazendo. As artes que vão para o ar são minhas. É uma pintura corporal, bem bonita. Sou apaixonada por artes em geral. Tem muita coisa com tinta, mas eu usei também o grafite. Coloquei essa minha experiência em prol da personagem. Eu gostei muito. Eu adoro pintar. Eu fiz questão de pedir a Amora para eu fazer as artes dela. O que eu faço em cena é grafismo corporal. É como se fosse um bale. Mas, o diferencial é que você pinta com o corpo.

Em “A Regra do Jogo”, Nora (Renata Sorrah) busca Nelita (Bárbara Paz) no hospital (Foto: TV Globo/João Cotta)

Almanaque da Cultura: De onde vem esse seu amor pela arte?
Bárbara Paz: Eu vendia pinturas quando eu era adolescente. Eu pintava e vendia. Faço isso desde sempre. Mas, nunca pintei como profissional. Vendia até na feira. Já fiz de tudo (risos). Mas, o grafite eu comecei a lidar com ele agora. E, estou adorando. É libertador. Deixei um pouco a pintura de lado para mexer com as câmeras. Estou dirigindo também. Estou fazendo um documentário. Mudei um pouco.

Almanaque da Cultura: Tirando a correria das gravações, o que você gosta de fazer fora dos holofotes?
Bárbara Paz: Eu gosto de trabalhar! Eu sempre estou criando. Estou fazendo um documentário e editando ao mesmo tempo. Cabei de dirigir um making of de um filme que eu estou como atriz. Gosto muito de ir ao cinema. Sou cinéfila assumida. E, estou caminhado para a direção mesmo. Nunca desligo (risos).