Renata Sorrah dará vida a sofrida Nora em “A Regra do Jogo“, nova novela das 21h, da Rede Globo. A atriz conversou com o Almanaque da Cultura e confessou que é bem diferente de sua personagem. “Primeiro, ela não trabalha. Acho que todo mundo tinha que fazer alguma coisa. E, segundo, ela continua em um casamento que é péssimo. Não acho isso legal. Acho uma loucura”, confessou Sorrah.
Almanaque da Cultura: Como será a Nora, sua nova personagem?
Renata Sorrah: Nora é uma mulher sofrida por um lado. Ela perdeu uma filha. Acho que quando existe uma morte na família, por um sequestro violento, é algo muito duro. E, a outra filha é doente, ela tem bipolaridade. Então, ela é uma mulher sofrida. Mas, ela é solar. Ela tenta botar todas para cima. Quem arrasta aquela família é ela. Ela tem um marido muito duro. No inicio, eram maravilhosos. Mas, tudo mudou. Ela estava no meio entre dois primos, que eram: o Feliciano (Marcos Caruso) e Gibson (José de Abreu), seu marido. Os três viviam em uma cumplicidade. Até ela escolher para casar com o Gibson. O projeto de vida dela é manter aquela família e tentar salvar a filha doente.
Almanaque da Cultura: A senhora tem vinte personagens marcantes na nossa dramaturgia brasileira. Qual o diferencial desse personagem para a sua carreira?
Renata Sorrah: O diferencial? Não existe isso. Sempre existe o presente. É essa novela que eu estou fazendo agora, João Emanuel Carneiro, que é um grande escritor, dirigido pela Amora. Está sendo incrível. Tenho certeza que a Nora fará bastante sucesso. Pois, o texto é muito bom. E, tudo começa no texto, né?
Almanaque da Cultura: A senhora está com quantos anos de carreira? Qual é o balanço que você faz de jornada cheia de êxitos?
Renata Sorrah: Entrei na televisão nos anos 70. A minha carreira de atriz, é a minha vida. Eu virei mulher, eu tive uma filha, eu tive neto, teve amores, tudo junto com essa minha carreira. Tudo junto com o teatro. Eu sempre faço televisão e teatro juntos. Essas duas plataformas são maneiras que eu tenho de me expressar e chegar nas pessoas. Eu não tenho a menor magoa de nada. Sou muito contente com tudo que aconteceu em minha jornada profissional. Eu sempre procuro aprender a cada dia. Sempre procurando melhorar. A ver como é que é. Eu amo a minha profissão. Eu amo ser atriz! Então, está tudo certo.
Almanaque da Cultura: Você leva algo de seus personagens para a vida?
Renata Sorrah: Claro, que toda a minha história de atriz e de tudo eu vou colocando. Se uma outra atriz fizer um personagem que eu fiz, será completamente diferente. Mas, eu sempre tento desgrudar do personagem de mim. Quando eu consigo lhe mostrar quem é a Nora, por exemplo, e quem era Heleninha, dá para ver que são diferentes e que estão longe de mim. Eu gosto sempre de olhar de frente para eles (personagens). Ai é bacana.
Almanaque da Cultura: Qual é o seu processo de criação?
Renata Sorrah: É ler o personagem e interagir com os outros colegas. Além, de trocar com os diretores, inclusive com a Amora. Eu gosto de assistir a filmes e descobrir aonde aquele personagem me toca. É assim.
Almanaque da Cultura: E, onde a Nora lhe tocou?
Renata Sorrah: Ela é uma mulher interessante! Ela é forte, amorosa, sofrida. Ela quer manter uma família a todo custo. Eu, Renata, não estaria mais ali, com aquele marido. Mas, ela está ali, porque eles são um casal e estão juntos há muitos anos. Eles perderam uma filha que o corpo ainda não apareceu. Então, isso é muito triste. Sempre tem uma esperança. Além da filha doente. Isso faz dela uma mulher muito interessante. Muitas mulheres desse Brasil irão se identificar com a Nora.
Almanaque da Cultura: A Renata Sorrah se identifica com ela?
Renata Sorrah: Não, não, não.
Almanaque da Cultura: O que lhe faz ter essa certeza?
Renata Sorrah: Primeiro, ela não trabalha. Eu acho que todo mundo tinha que fazer alguma coisa. E, segundo, ela continua em um casamento que é péssimo. Não acho isso legal. Acho uma loucura.
Almanaque da Cultura: Como é a Renata mãe?
Renata Sorrah: Ai, eu não sei te responder. Você tem que perguntar a minha filha! (risos)