Bruno Gagliasso: ‘Gosto de personagens que fazem as pessoas refletirem’

Bruno Gagliasso é inquieto, gosta de emendar um trabalho no outro, tem dificuldade em decorar textos e leva os personagens para casa

Bruno Gagliasso é inquieto, gosta de emendar um trabalho no outro, tem dificuldade em decorar textos e leva os personagens para casa. O ator coleciona personagens intensos e desajustados, como o serial killer Edu de “Dupla Identidade” e o esquizofrênico Tarso, de “Caminho das Índias”, simplesmente porque gosta de estar fora da sua zona de conforto. “Inquietude é o que me alimenta. Ser ator, para mim, é conversar com minha própria escuridão. Gosto de personagens que fazem as pessoas refletirem”, afirmou o ator em entrevista à Bianca Ramoneda, do “Ofício em Cena”, programa da GloboNews.

Bruno Gagliasso participa do “Ofício em Cena”, na GloboNews (Foto: Globo/João Cotta)

Durante a conversa com a jornalista, o ator revelou seu processo criativo e contou que, para compor um novo personagem, ele assiste a quase todos os outros para não se repetir, para evitar o mesmo “tique” e não falar no mesmo tom. “Ser ator é estar querendo se conhecer o tempo inteiro, se investigar e querer aprender o tempo todo”, definiu.

Bruno Gagliasso explica como funciona o processo criativo dos personagens (Foto: Globo/João Cotta)

Determinado, Bruno corre atrás dos papéis em que acredita. E sempre foi assim. Desde o pequeno papel em “A Casa das Sete Mulheres” até o protagonista de “Dupla Identidade”. Aliás, tudo indicava que não seria ele o intérprete de Edu, já que Bruno estava reservado para outra novela. Mas, de tanto tentar convencer o diretor, acabou tendo a chance de participar do teste. E levou o papel.

Bruno conta sobre como conseguiu fazer o teste para o personagem Edu, de “Dupla Identidade” (Foto: Globo/João Cotta)

Apesar dos mais de 15 anos de carreira, Bruno ainda não aprendeu a não levar os personagens para casa. Lembra que, durante as gravações de “Dupla Identidade” teve que ouvir o desabafo da esposa, Giovana Ewbank: “Não fala comigo porque estou com nojo de você”. Isso porque a também atriz, que o prestigia na primeira fila da plateia do “Ofício em Cena”, teve que conviver com fotos de mulheres mortas em seu quarto durante as gravações da série. “O meu processo é esse”, explica o ator. “Eu não viro aquele personagem, mas eu sinto. Só que me preparei tanto para o papel que estava me emprestando para o Edu”.