Giovanna Antonelli dará vida a perigosa Atena em “A Regra do Jogo”, nova novela das 9 da TV Globo que estreia nesta segunda-feira, 31 de agosto. Em conversa com o Almanaque da Cultura, a atriz confessou que está animada com a nova vilã do horário nobre.
Almanaque da Cultura: Fale um pouco da personagem?
Giovanna Antonelli: É muito divertida, ela tem muito humor. Eu acho que humor é uma das melhores coisas da vida. Todo personagem que eu tenho a possibilidade de colocar um pouquinho de humor, seja ele sarcástico, seja divertido, eu gosto. Sou uma pessoa bem humorada, levo o meu bom humor para o meu dia a dia. Acho que o humor cabe em qualquer situação, nesse caso, da personagem, dá para usar e abusar da faceta do humor.
Almanaque da Cultura: O que tem de gostoso nesse personagem?
Giovanna Antonelli: Primeiro, fazer o novo, fazer o que você não fez, é muito gostoso. E um personagem que tem várias tintas e, para um ator interpretar, é maravilhoso. Ela tem vários momentos: o momento Atena, o momento Francineide, o momento super Atena, o super Francineide. Cada capítulo é uma aventura. É uma delícia poder brincar. Eu me divirto muito com a minha profissão. Então, eu venho aqui brincar, criar e doar a minha alma. Porque eu faço com alma, com muita paixão, muita entrega, dedicação, disciplina e responsabilidade. Sou muito estudiosa, muito caxias e estou sempre tentando trazer coisas novas, criar coisas novas. Faço as minhas anotações, e a gente já tem o texto do João, que já vem pronto, orquestrado pela direção. Isso é muito gostoso. A gente tem essa troca.
Almanaque da Cultura: Mais uma vilã do João Emanuel Carneiro?
Giovanna Antonelli: Eu fiz a primeira vilã dele, a Bárbara na “Cor do Pecado” (2004). Está fazendo dez anos. Adorei ter feito aquela megera.
Almanaque da Cultura: Como está sendo voltar à vilania com ele?
Giovanna Antonelli: Não tenho preferência de personagem. Gosto de trabalhar, de fazer bons papeis e me reinventar. Essa vilã não tem nada a ver com a Bárbara. Atena é uma mulher livre, completamente amoral, não tem filtro, é 171. Ela é uma trambiqueira assumida, mas tem alma. Ela tem um lado humano e humor, que eu acho muito bacana e primordial.
Almanaque da Cultura: Na tela vamos ver mais da Francineide ou mais da Atena?
Giovanna Antonelli: É um mix, na verdade. É a mesma pessoa que se passa por outras pessoas. É muito legal poder trabalhar em um personagem com tantas tintas e que me dê tantas possibilidade de fazer o que eu quero, dependendo de como eu acordei.
Almanaque da Cultura: Mais uma parceria com o Alexandre Nero. Como está sendo esse reencontro?
Giovanna Antonelli: O (Alexandre) Nero é um parceiro meu de longa data. Fizemos uma dobradinha em “Salve Jorge”. Foi maravilhoso! A gente tem uma troca muito bacana. Uma parceria de cena. Um ouvi as ideias do outro. A gente pira quando a Amora (Mautner) está nos dirigindo. Ela gosta de dirigir ator. Ela nos escuta bastando. Nero e eu sempre estamos trazendo algo para o personagem. Estou amando esse reencontro.
Almanaque da Cultura: Teremos um par romântico?
Giovanna Antonelli: Temos um triângulo amoroso entre a minha personagem, ele (Alexandre Nero) e a da Vanessa (Giácomo) e ainda tem o contraponto do personagem do Cauã. A gente realmente, não sabe o que vai acontecer. Estamos ainda gravando os primeiros 18 capítulos.
Almanaque da Cultura: Qual é a importância da caracterização para a personagem?
Giovanna Antonelli: A caracterização é muito importante para eu criar os meus personagens. A partir disso, obviamente, já com o texto por trás de tudo, vão vindo as ideias, as leituras e vai nascendo aquele personagem. Mas o que a personagem veste para mim, realmente, é muito importante. E a Atena vem cheia de tendências, muitas criações, muita coisa nova, muita releitura de coisas, mas têm roupas, acessórios, sapatos, cabelo, e também tem a forma de usar as coisas, de reinventar as coisas. Então, é para todas as mulheres e para todos os gostos.
Almanaque da Cultura: Você emagreceu cinco quilos para esse papel?
Giovanna Antonelli: As pessoas gostam de falar de quilos. Eu não gosto de falar de números e sim de medidas. Tenho um restaurante orgânico no Rio de Janeiro, me alimento muito bem nos últimos anos. E, obviamente, quando eu estou de férias, adoro sair, viajar, comer e beber. Quase comer, rezar e amar as minhas férias. Mas, quando eu me preparo para um personagem, eu sou muito objetivada e tenho o meu foco. Sou uma mulher extremamente focada! As roupas da Atena são justas e necessita de uma mulher mais magra. Ela usa pouco pano. Então, eu me preparei para a personagem.
Almanaque da Cultura: Foi escolha sua a vilã ser loura?
Giovanna Antonelli: Não. Foi uma escolha de toda a direção, figurino, caracterização. Por acaso, a novela em que eu fiz a vilã foi do João foi a primeira novela dele que fiz. Estamos nos reencontrando dez anos depois, e esse reencontro já era muito esperado por mim. É um sonho voltar a trabalhar com ele.
Almanaque da Cultura: Linda, loura, estelionatária, picareta…
Giovanna Antonelli: Ela, na verdade, não tem máscaras. É bacana lidar com pessoas sem máscara, sem filtros. Muitas pessoas têm vontade de dizer algumas coisas e não falam. A Atena fala. Eu acho que esse é o diferencial dela. Ela tem um carisma muito bacana, e tem uma história, uma trama toda por trás disso. É uma personagem com muitas tintas, que dá para brincar com vários momentos. Está sendo um prazer poder brincar de trabalhar nessa novela.
Almanaque da Cultura: Segredo para um bom golpe?
Giovanna Antonelli: Não sei. Não sou golpista, então, não faço ideia.
Almanaque da Cultura: O foco dela são os homens?
Giovanna Antonelli: Não. O foco dela não é homem, mas dar golpes. O que ela quer é dinheiro.
Almanaque da Cultura: Ela tem uma pegada de conquistadora?
Giovanna Antonelli: Eu acho que ela conquista o personagem do Nero, em um momento onde ela nem estava pensando em conquistar alguém. Ela tem uma pegada de ganhar dinheiro. Talvez, se ela precisasse conquistar alguém para ganhar dinheiro, talvez ela fizesse.
Almanaque da Cultura: A comparação com Carminha te preocupa?
Giovanna Antonelli: Seres humanos são incomparáveis, como personagem e novelas. Não existe nada igual ao outro. O João não é um autor que se repete, os atores também não se repetem. Nós somos indivíduos, completamente individuais, cada um com sua gama de interpretação, com suas histórias. Nem que eu queira fazer um personagem igual ao outro, eu vou conseguir. Passa um ano, dois, você também acaba se modificando. Não existe comparação, nem passa pela minha cabeça. Eu jamais seguiria algum personagem para criar outro.