Crítica: ‘Dragon Ball Z: O Renascimento de F’

Freeza, o Imperador do Mal, renasce alcançando a última de suas transformações, para surpresa de todos. Sem a menor piedade, ele pretende se vingar e Goku, Vegeta, Mestre Kame e Gohan, entre outros, precisam impedi-lo e combater o inimigo que voltou dos mortos. Chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 18 de junho, o filme “Dragon Ball Z: O Renascimento de F” (no original “Dragon Ball Z: Fukkatsu No F”), baseado no mangá “Dragon Ball”, criado por Akira Toriyama e lançado há 30 anos.

Para começo de conversa é válido dizer que os gráficos em 3D (IMAX 3D) apresentados neste trabalho são muito bem feitos, com cenas de planos abertos (de paisagens e cidades), que dão uma visão bem grande do universo da história. Em termos de ação, ele cumpre logo a que veio, com personagens importantes aparecendo logo nos primeiros minutos. O roteiro não é arrastado e a trilha sonora traz até heavy metal, além de ótimos instrumentais, que casam bem com as cenas de tensão.

Esse filme tem ligação direta com seu antecessor, “Dragon Ball Z – A Batalha dos Deuses” (2013). Bills e Whis, seres introduzidos na franquia neste outro projeto, também estão no atual. O plano parece ser interligar tudo de Dragon Ball (anime, jogos e filmes). O de 2013 é “quase uma continuação” do de 2015, o que causa certa estranheza, pois há personagens que parecem estar mais novos. Esta ligação toda pode desagradar quem, por exemplo, não viu o desenho ou até mesmo o longa de 2013, uma vez que algumas presenças não são novamente explicadas. Isso se aplica, por exemplo, a personagens de jogos de video-game desta franquia que estão no elenco.

Altos e baixos

Destaque para a dublagem, que contou com as vozes clássicas e originais do Estúdio UniDub, e para as gírias usadas, aproximando a linguagem do público brasileiro e garantindo boas risadas. Aliás, o humor é característica obrigatória de Dragon Ball. Acontece até em horas bem sérias, o que deixa o espectador até boquiaberto de como aquela cena tensa pode, sim, provocar graça (mesmo que sem noção). Mesmo os vilões entram “na dança”. Isso, dentro do universo Dragon Ball, é bem comum.

Uma falha do filme é não explicar muito bem a questão a transformação de Goku e Vegeta em Lendários Super Saiyajin, versão na qual olhos, cabelos e sobrancelhas dos guerreiros ficam azuis. O que é dito muito superficial para um elemento importante do filme. Inclusive, é preciso muita atenção ao diálogos para entender os acontecimentos do desfecho.

O final é um pouco complicado de se aceitar. Pode-se defini-lo com uma comparação: o filme é um presente que você vai dar para alguém. Aí você está atrasado e o embrulha rápido, tão depressa que nem você entende como aconteceu. É mais ou menos assim que se pode entender o encerramento desta obra. Você olha e fala “era só fazer isso?”. Gothen e Trunks, personagens engraçados e que dão enredo à história, não estão no filme e fazem falta.

Tudo ali gira em torno de duas questões cruciais sobre a personalidade de Goku: sua busca por ser (e achar) que é o melhor guerreiro e seu orgulho, que colocam o destino da Terra em perigo. Como elemento introdutório de mais histórias à cronologia da franquia (uma vez que o novo anime, ‘Dragon Ball Super’ – que estreia em julho no Japão, se passa depois deste filme), “O Renascimento de F” cumpre seu papel. Já como projeto solo, realiza 90%, deixando a desejar um final para amarrar de forma excelente toda a grandiosidade para a qual o enredo se propõe.

“Dragon Ball Z – O Renascimento de F”

Diretor: Tadayoshi Yamamuro
Gênero: Aventura | Animação
País: Japão
Ano: 2015
Duração: 1h33min
Roteiro:  Akira Toriyama
Distribuidor: Fox Film do Brasil
Cópias dubladas em 3D e também em 2D

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