O Planet Hemp anunciou sua turnê de despedida, intitulada “A Última Ponta”, com apresentações em diversas capitais brasileiras. Realizada pela produtora 30e, a série de shows marca o encerramento de mais de 30 anos de atuação da banda. Os ingressos estarão disponíveis a partir do dia 18 de junho, às 12h, no site Eventim e nas bilheterias oficiais de cada cidade.
Shows confirmados em Porto Alegre, Rio e São Paulo
A turnê terá início em Porto Alegre, no dia 4 de outubro, na KTO Arena. Depois, o grupo segue para o Rio de Janeiro, com apresentação na Farmasi Arena, em 8 de novembro. O encerramento ocorre em São Paulo, no Allianz Parque, em 15 de novembro.
Os ingressos variam de acordo com os setores e lotes. Em Porto Alegre, por exemplo, os preços partem de R$ 90 (mezanino, meia-entrada legal) até R$ 280 (pista lote 4, inteira). Já em São Paulo, os valores variam entre R$ 62,50 (cadeira superior, meia-entrada) e R$ 595 (pista premium, inteira).
Banda retoma trajetória marcada por ativismo e contracultura
A escolha do nome “A Última Ponta” remete ao verso da canção “Queimando Tudo”, lançada em 1997. A frase surgiu durante um encontro casual entre Marcelo D2 e Marcelo Yuka, do grupo O Rappa, em um posto de gasolina. A partir dessa inspiração, a banda criou o título da turnê como referência ao encerramento de um ciclo.
Segundo Marcelo D2, a ideia de encerrar a trajetória já vinha sendo discutida. “Fizemos um belo trabalho nesses 30 anos de carreira, mas tudo tem um final. O Planet Hemp tem uma energia muito forte que não queremos que se apague”, declarou.
Origem e evolução da formação do Planet Hemp
A banda foi formada no início da década de 1990, após o encontro de Marcelo D2 e Skunk. O grupo passou a se apresentar nas casas alternativas do Rio e de São Paulo, mesmo antes de lançar seu primeiro álbum. Após a morte de Skunk, em 1994, o vocalista BNegão passou a integrar a formação principal.
Atualmente, o grupo conta com Marcelo D2 e BNegão nos vocais, Formigão no baixo, Nobru na guitarra, Pedro Garcia na bateria e Daniel Ganjaman nos arranjos de guitarra e baixo.
Discurso político e musical permanece até hoje
O Planet Hemp consolidou seu nome a partir da mistura de gêneros como rap, hardcore, ragga, rock e música brasileira. Em 1995, o lançamento do disco “Usuário” projetou a banda nacionalmente, com músicas como “Legalize Já”, “Dig Dig Dig (Hempa)” e “Mantenha o Respeito”.
Em 1997, os integrantes foram presos por apologia às drogas, após um show em Brasília. O episódio impulsionou debates sobre censura, arte e liberdade de expressão no Brasil. O segundo disco, “Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Pára”, foi lançado pouco depois e manteve o tom crítico contra a repressão policial.
Retorno recente e premiações internacionais
Após um hiato, o Planet Hemp voltou à cena com o álbum “JARDINEIROS”, lançado em 2022. O trabalho rendeu ao grupo dois prêmios no Grammy Latino, nas categorias “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa” e “Melhor Interpretação Urbana”, com a faixa “DISTOPIA”, em colaboração com Criolo.
D2 destaca que, desde a fundação, o grupo se posiciona sobre temas que não eram debatidos publicamente. “Fomos vanguarda ao falar da legalização das drogas, mais que a questão medicinal, abordamos o prejuízo social que a ilegalidade traz”.
Novas apresentações pelo país estão previstas
Além das capitais mencionadas, o grupo fará shows em outras cidades brasileiras. As apresentações estão confirmadas em Salvador, Recife, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Brasília e Belo Horizonte.
Cada cidade terá venda de ingressos online por meio do site eventim.com.br/planethemp, com exceção de Salvador, onde as vendas ocorrem via Sympla. Todas as informações sobre valores, setores, horários e bilheterias estão disponíveis no site oficial da banda (www.planethemp.com.br).
Registro ao vivo celebra 30 anos de carreira
O lançamento mais recente do grupo é o DVD “BASEADO EM FATOS REAIS: 30 ANOS DE FUMAÇA (AO VIVO)”, gravado em São Paulo. O registro contou com participações especiais de artistas como Pitty, BaianaSystem, Major RD, Rodrigo Lima e Tropkillaz. Segundo D2, o show serviu como base para o repertório da turnê de despedida. “Teremos mais tempo de palco, tocando algumas músicas que não tinham entrado no repertório e, claro, com convidados que passaram pela história do Planet”.
