O Brasil é um país de pluralidade cultural e musical. Aqui estão grandes cantoras, muitas conhecidas como intérpretes e outras também como compositoras. Como forma de celebrar e divulgar o trabalho destas artistas, surgiu de maneira independente na internet, o projeto “Meninas do Brasil“, para servir de ferramenta de divulgação do trabalho das mulheres compositoras brasileiras.
Sua idealizadora é a cantora, compositora e produtora Luiza Sales. O objetivo é dar espaço às mulheres, que, ao longo da história da sociedade, foram impedidas de desenvolver a fundo suas habilidades e criatividade. Antigamente, elas só cantavam, não compunham. Hoje, os tempos são outros, e, graças a primeira grande compositora brasileira, a carioca Chiquinha Gonzaga, senhoras como Dona Ivone Lara, Lecy Brandão, Dolores Duran puderam mostrar suas artes.
A cada mês, Luiza Sales se encontra com uma compositora diferente e grava dois vídeos com músicas autorais ou inéditas. Até o final de 2015, 24 vídeos serão lançados com a participação de 12 convidadas, reunindo um total de 24 novas canções apresentadas ao público, em um ode especial à voz feminina e à música brasileira.
Mulheres cantantes e lutadoras
Com sete meses de existência, o “Meninas do Brasil” já alcançou milhares de pessoas por meio das redes sociais. Participaram Natasha Llerena, Ana Clara Horta, Luiza Brina, Dani & Debora Gurgel e Antonia Adnet. Foi lançado ainda uma edição especial homenageando Joyce Moreno, com a participação de Aline Paes, Maíra Martins e Clarice Assad. Em julho, as convidadas são Marina Iris e Manuela Trindade. O vídeo de participação da dupla de sambistas saiu na tarde desta lançada nesta sexta-feira, dia 17 de julho, trazendo a música “Estreia”, parceria das duas que abre o recém-lançado CD da cantora Marina Iris.
“Iniciativas como essa fazem a roda girar com mais força. Além da troca intensa, uma vez que o critério é apresentar músicas de novas compositoras. O projeto coloca em pauta a questão da presença da mulher que compõe no meio. É uma experiência muito positiva para nós e, certamente, vai estimular outras artistas. Tem muita coisa boa sendo feita e, hoje, buscamos novos espaços e formas para apresentá-las, entendendo as redes como aliadas, mas sem perder de vista os desdobramentos possíveis a partir daí: entradas em editais, casas de show, Sescs”, comenta Marina Iris.