Na próxima segunda-feira, 17 de agosto, estreia o “Programa Xuxa Meneghel”, que segundo a própria apresentadora, vai inovar as noites de segundas da televisão. Em uma conversa com o Almanaque da Cultura, a eterna rainha dos baixinhos falou de sua nova casa e confessou que está aprendendo a fazer ao vivo. “Na boa, programa ao vivo, eu nunca fiz. Então, rola um medinho. Sabe Deus o que vai rolar. Não sei fazer programa ao vivo, mas vou aprender. Isso é muito novo para mim. Só peço que vocês tenham um pouco de paciência”.
Almanaque da Cultura: Como são os profissionais que estão com você nessa nova empreitada?
Xuxa: Acho que 90% das pessoas que trabalham comigo foram meus baixinhos e sempre me apoiaram nas minhas decisões. Isso é primordial para as coisas darem muito certo. Eu sinto isso na minha produção quando eu entro lá. Eles têm uma história comigo. Todos torcem por mim e isso faz uma grande diferença, mas eles estão escrevendo uma nova história e vão escrever a minha história também. Então, isso para eles, é muito importante. Nos últimos dias tenho ficado bastante tempo ao lado dos profissionais da minha produção do que com o meu namorado, Junno Andrade. Isso é uma forma de mostrar que estamos bem afinados. Cada vez mais vamos melhorar. Eu nunca tive uma equipe assim. As pessoas vão ver que a minha equipe participa da abertura de meu programa.
Almanaque da Cultura: Como está sendo trabalhar na Rede Record? Eles estão dando mais liberdade?
Xuxa: Quando eu falo que tenho liberdade na Record parece que eu estou falando mal da TV Globo. E, eu queria deixar claro para todo mundo e até para os meus fãs, que são pessoas que achando que falando mal da Globo estão me agradando. Isso me irrita profundamente. Durante esse período que estive lá, a Globo foi uma mãe para mim, que me podou em algumas coisas e me deu liberdade em outras. Eu não quero que falem mal da Globo e não gostaria de ouvir ninguém falar. Eu apenas preciso dizer a verdade, de uns seis anos para cá, eu não podia fazer algumas coisas. Mas, foi. Então, não vamos mais falar sobre isso. Que eu já falei demais. Já deu! Vai botar um peso, que na realidade não existe mais. A coisa mais importante é que eu estou em uma nova casa e tenho total liberdade aqui. Eu quero fazer minha nova história aqui. A única coisa que a Record pediu para eu não fazer é falar sobre religião. O resto eu posso tudo. Isso é simplesmente apaixonante. Está sendo incrível! Eu posso fazer tudo aqui! Eu só não posso falar de religião. Se eu falar de evangélicos, vão dizer que eu estou falando por causa da Rede Record. Se eu falar sobre o católico vão falar que eu estou falando sobre o católico. A única coisa que não é permitido é isso. O resto, eu posso fazer tudo! Eu já tive muitos nãos na minha vida. Então, chegar em um lugar e receber só sim, é maravilhoso! Não é só livre para sonhar, é livre para viver, realizar, para fazer o que eu quero. O meu programa está do jeito que eu sempre sonhei. E, isso para mim, é fascinante. Eu estou me sentindo uma criança com 52 anos. Onde eu posso brincar e no máximo alguém dizer: “não se machuca, tá?”.
Almanaque da Cultura: E como vai fazer o programa ao vivo?
Xuxa: Programa ao vivo, eu nunca fiz. Então, rola um medinho. Sabe Deus o que vai rolar. Gostaria de pedir para vocês (da imprensa) para pegarem leve. Estamos aprendendo. A gente quer acertar muito. Eu peço a vocês calma, pois estou me sentindo uma novata. Não sei fazer programa ao vivo, mas vou aprender. Isso é muito novo para mim. Só peço que vocês tenham um pouco de paciência.
Almanaque da Cultura: Como está sendo ocupar as noites de segunda, que foi ocupada por anos pela inesquecível Hebe Camargo?
Xuxa: Eu não posso falar de religião, mas é uma benção (risos)! A Hebe está me dando às boas-vindas. No inicio me foi oferecido a quarta-feira, mas teve uma mudança. No início eu achava que a quarta-feira seria o melhor dia. Depois vieram para a segunda-feira. Eu parei para pensar, que segunda-feira era ela dela (Hebe). Falei assim: “tem o dedinho dela”. Eu acredito que a Hebe disse assim: “gracinha, eu estou cuidando de você. Vai que vai ser legal!”. Eu tive duas grandes declarações de pessoas na televisão que eu amo muito: o Chacrinha, que disse que eu poderia ficar no lugar dele e depois a Hebe, que eu falei para ela que quando crescesse queria ser igual a ela. Ela disse assim: “você já é, e não sabe”. Ninguém vai substituir o Chacrinha, nem a Hebe Camargo. Mas, ter o aval deles, eles achando que eu poderia, e, agora é como se fosse ela assinando embaixo: “a segunda-feira é nossa!”, é muito bom! O programa é ao vivo e me arrependo de não ter visto mais o programa dela para ter aprendido. Ela é uma dama. Eu nunca chegarei aos pezinhos dela.
Almanaque da Cultura: Você vai convidar os artistas da TV Globo?
Xuxa: Convidar eu vou convidar. Mas, se eles vêm, é outra coisa (risos).
Almanaque da Cultura: Muita gente comentou de sua chegada à Rede Record, inclusive o Boni, que relatou que você não deveria ter saído da Rede Globo. O que você acha de tudo isso?
Xuxa: Convidei o Boni para vir ao meu programa. Inclusive, ele era para estar no primeiro. Não vai estar por causa de um assunto familiar. Mas acho que essa pergunta eu posso fazer para ele pessoalmente. Não é justo eu ficar falando por ele. Ele é uma pessoa que eu admiro muito, faz parte da minha história. E acredito que ele seja a pessoa que mais entenda de televisão no Brasil. Eu também estou muito curiosa para saber a resposta dessa pergunta.
Almanaque da Cultura: É verdade que você convidou o Sílvio Santos para participar de seu programa?
Xuxa: Não liguei para ele para convidar, mas escrevi nas redes sociais. Ele é um livro ambulante. Ele tem uma experiência inquestionável. É de sentar ao lado dele e ficar ouvindo. Não seria uma entrevista. Iria colocar o microfone na mão dele e ficaria só ouvindo. Eu entrei em contato com pessoas próximas a ele e me informaram que se ele desse a entrevista ele iria morrer no dia seguinte. Então, ele não dá entrevista. Apesar de meu chefe (Edir Macedo) ter entrevistado ele, quem sou eu para falar alguma coisa? (risos) Eu não perdi a vontade não. Quem sabe um dia? Eu não vejo como uma entrevista e sim como um aprendizado. Ele é o maior apresentador que nós temos. Eu sonho alto, né? Se é para entrevistar e falar com alguém, que seja o Silvio Santos. Mas, tudo tem o seu tempo.
Almanaque da Cultura: Você teve um encontro com a Ellen DeGeneres, sua grande inspiração? Ellen DeGeneres vai participar de seu programa? Você vai convidá-la?
Xuxa: Ainda não, mas pretendo a encontrar sim! Eu tive um encontro virtualmente. As pessoas vão ver na estreia do programa. Ela participou da atração via Skype. Com a Ellen eu faço qualquer negócio. Se ela quiser que eu vá lá no programa dela eu vou e, se ela quiser vir aqui, estarei pronta para recebê-la. A princípio, a gente precisa ter uma ponte, que ainda não tem. Mas têm algumas pessoas que trabalham com ela e já falaram de mim. Que tem uma pessoa no Brasil, que tem 32 anos de experiência na TV, e se espelhou no programa dela.
Almanaque da Cultura: E a sua interação com os fãs nas redes sociais?
Xuxa: Gosto bastante dessa interação com os meus fãs. Estou aprendendo a mexer na internet, muita gente me ensina. Uma vez tirei foto com o filtro e fui crucificada: “nossa, ela está usando muito Cicatricure!”. O povo reclamou bastante. Até falaram que eu coloquei botox (risos). Não posso nem colocar filtro, porque eles conhecem tanto a minha cara. Tem muitos artistas que usam a internet, mas eles não falam direto com o público, usam outras pessoas para falarem. Eu faço questão que na minha página não aconteça. Quando alguém entrar e vir “Equipe X”, não sou eu. Quando sou eu, sou eu mesma. Eu ligo pra eles, eu falo com eles. É um contato bastante direto.
Almanaque da Cultura: Mês passado você lançou um livro que conta um pouco da história de sua fundação. Pode revelar como surgiu a ideia para criar essa obra?
Xuxa: Foi ideia da Gisela Amaral, que ajuda muito a Fundação Xuxa Meneghel. Ela veio com essa ideia de fazer o livro para que as pessoas possam conhecer um pouco mais de tudo o que já foi feito nesses 25 anos. O difícil foi escolher só 25 histórias.