Carnaval 2020: Enredo da Viradouro fala sobre musicalidade das Ganhadeiras de Itapuã

O enredo “Viradouro de Alma Lavada” foi inspirado num DVD gravado por Zezé Motta com as Ganhadeiras de Itapuã. Amiga dos carnavalescos, a atriz passou informações interessantes sobre o grupo de Salvador. Marcus acabava de sair da Império da Tijuca, e Tarcísio, da Estácio de Sá. A dupla elaborou três sugestões de enredos e a das Ganhadeiras foi escolhida por unanimidade. O passo seguinte foi mergulhar na história das baianas.

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Explicam que o desfile foi dividido em seis setores. No primeiro, focalizam a relação das negras de ganho com a água: umas lavavam roupas e outras se dedicavam à pesca. Em ambas atividades entoavam cantigas para Oxum e Yemanjá. O segundo setor é dedicado às vendedoras que, diariamente, percorriam distâncias imensas, oferecendo diversos produtos na orla de Salvador. Foi assim que conquistaram a alforria.

O terceiro segmento mostra a lida das artesãs, que se empenhavam na confecção de roupas, tapetes, calçados e nas chamadas “joias de crioula” – bijuterias que imitavam as joias das sinhás. “Um ex-escravo que usasse sapato ganhava um novo status” – comenta Tarcísio. No quarto setor, o desfile focalizará a importância que essas mulheres tiveram no fomento a manifestações culturais, como na criação de afoxés, e no samba de mar aberto, típico da Bahia.

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O penúltimo setor é dedicado à participação das Ganhadeiras em festas religiosas, com destaque à lavagem das escadas da matriz de Nossa Senhora da Conceição. E no encerramento se dará a homenagem a outras guerreiras, tão bravas como as Ganhadeiras, espalhadas pelo Brasil.