Alexandra Richter: ‘Não vou deixar o teatro nunca, mesmo com crise’

Atriz de "A Regra do Jogo", comentou momento atual do Brasil durante a estreia da peça "Ou Tudo ou Nada"

Alexandra Richter como Dalila em "A Regra do Jogo" (Foto: Globo/Tata Barreto)
Alexandra Richter como Dalila em "A Regra do Jogo" (Foto: Globo/Tata Barreto)

A atriz Alexandra Richter, atualmente em “A Regra do Jogo” como Dalila, a filha primogênita e metida a granfina de Feliciano (Marcos Caruso), conversou com o Almanaque da Cultura durante a estreia VIP do espetáculo “Ou Tudo ou Nada” que aconteceu nesta segunda-feira, 19 de outubro, no Theatro Net Rio, Zona Sul do Rio de Janeiro.

No palco, a história de seis homens que após perderem seus empregos devido a uma crise na fábrica em que trabalham, decidem tentar a vida com um show de striptease.

Na esteira do tema proposto pela peça, a atriz comentou sobre a crise no Brasil atual: “este é um ano muito difícil não só para o teatro: é o comercio, é a padaria da esquina, é a industria. A crise está batendo em todas as portas, mas não dá pra parar, não dá pra desistir. O teatro não morreu nem morrerá jamais”.

Em entrevista exclusiva ao Almanaque da Cultura, Richter disse que no momento atual é necessário fazer escolhas antes de ir ao teatro, mas que “tendo uma história boa para contar, com um elenco bom e bem dirigida sempre vai ter alguém para assistir”. A atriz ainda usou como exemplo a peça que fez com direção de Ernesto Piccolo, chamada “A História de Nós Dois”: ela afirmou que a peça, que teve seu inicio de temporada no ano 2000 e encerramento em 2009, que “mesmo estreando em meio à crise, depois veio um surto de gripe suína, duas eleições e mais uma copa do mundo e a gente não desistia”, e assim seguiram em cartaz com casa cheia. Para ela, mesmo que o momento atual não seja propício, é preciso seguir produzindo, uma vez que “não vamos deixar de fazer teatro nunca, com crise ou sem crise”.

Para a atriz, o importante é definir um rumo e seguir em frente, pois conforme afirmou, “o mundo das artes cênicas é um mundo possível. Eu comprei meu apartamento fazendo teatro. Depois é que fui para a Rede Globo”, enfatizou. Para ela, o importante é se adaptar aos novos tempos: “é claro que teremos orçamento mais reduzido para produzir, mas não dá para desistir”.

Alexandra Rchter ainda aproveitou a ocasião para convidar o público para seu novo trabalho. Trata-se de uma peça com direção de Ary Coslov e texto de Fabrício Carpinejar, a comédia romântica “O Amor Perdoa Tudo”, com previsão de estreia para o primeiro semestre de 2016, no Teatro Leblon: “o mais importante é que já conseguimos o patrocínio, assim que terminar a novela eu vou me dedicar exclusivamente a este projeto”, definiu.